sexta-feira, 13 de maio de 2011

Banda UHF trará muito mais valor para o Brasil, diz estudo

Enquanto o País avalia o caminho a ser tomado, México e Peru já avançaram rumo à 700 MHz e devem entrar em leilão em 2012.



Pesquisa encomendada pela GSM Association América Latina [que reúne todas as operadoras brasileiras e latino-americanas de telefonia celular], realizada pela Telecom Advisory Services, revela que o uso de banda larga móvel na América Latina está gerando uma necessidade cada vez mais importante de espectro e que em vários países (AL) a banda UHF é pouco utilizada.
Ernesto Flores-Roux, consultor do Centro de Investigación y Docencia Económicas - CIDE, México-DF, que liderou o estudo [sobre benefícios econômico-sociais do dividendo digital  - faixa de 700 MHz que será liberada com a introdução da TV Digital] diz que independentemente das dimensões, a “banda UHF trará muito mais valor para o Brasil. Isso porque poderá proporcionar cerca de 11 bilhões de dólares ao País. Além disso, gerar 4,17 milhões de empregos diretos e indiretos [direcionada para radiodifusão] e 8,47 milhões [direcionada para a telefonia móvel]”. “Ou seja, 4,3 milhões a mais de empregos.”
O consultor afirma que enquanto o Brasil ainda decide que rumo tomar, México e Peru já deram os primeiros passos em direção à adoção da banda UHF para dispositivos móveis. “É possível que já em 2012 eles abram leilão. Se o Brasil não agir depressa, corre o risco de ficar entre quatro e seis anos atrás desses países”, alerta Flores-Roux.
E mais: “Entrará tardiamente, implicando em investimentos maiores, com capacidade de rede menor, o que irá gerar preços mais altos dos serviços”, sentencia.
O estudo tráz à tona o dilema de preservar a banda de 700 MHz para ser utilizada pela radiodifusão ou direcioná-la para a telefonia móvel. A questão levantada é: qual opção gera maior benefício econômico e social?
A situação da banda larga 700MHz no Brasil tem o seguinte desenho, segundo o estudo: formada por televisores com transmissão simultânea de sinal analógico e digital, com a definição do retorno do espectro a ser definido em 2016. Abaixo de 746 MHz está direcionado a transmissores de baixa potência. E a possibilidade de recolocação do espectro está atrelada às regulamentações do governo.
De acordo com informações do Conselho de Estudos Avançados e Evolução Tecnológica da Câmara Baixa e do Ministério das Comunicações, a digitalização da televisão constitui uma oportunidade de assinar a porção de espectro à banda larga móvel, seguindo a prioridade formulada pelo governo executivo. Portanto, o avanço na questão é muito mais política do que técnica.

Publicado Originalmente na ComputerWorld

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